NY, NY!

Desde que estive em New York, no carnaval de 2010, eu tenho a sensação de que esta trata-se de uma cidade que necessita tempo para ser conhecida e experimentada de verdade. Os quatro dias de frio que passei lá naquela oportunidade me deixaram a impressão de que eu tinha interrompido o passeio antes de chegar no seu auge e que eu precisaria voltar para aproveitar melhor tudo o que essa metrópole tinha a oferecer. Com isso em mente, sempre disse pra minha mãe que gostaria de passar uns dias com ela por lá, pois tinha certeza de que a atmosfera que me fascinou na primeira visita tinha tudo a ver com o que ela também curte ver e fazer em viagens. E meu pai (que é o máximo!) nos deu esse passeio de presente para estarmos juntas na semana do dia das mães. 

Me preparei bem e na mochila coloquei guias, listas de pontos turísticos imperdíveis, lugares ideais para se fazer compras, restaurantes que eu deveria fazer reserva para jantar, musicais a serem vistos, museus a serem visitados e um roteiro de como aglutinar cada coisa para aproveitar o tempo da melhor forma possível. Seriam dez dias com tênis no pé e cartão de crédito e mapa do metrô nas mãos.

O porém é que, como resolvemos tudo de última hora, as diárias para os hotéis estavam absurdamente caras mesmo nesses sites de bons negócios, como hotwire e expedia. Com o argumento de que o ideal seria nos hospedarmos em um lugar simples e gastar o excedente na quinta avenida, convenci a minha mãe a ficar no hotel Carter, que é simples e próximo à Times Square. Sabíamos desde o princípio que ali não haveria luxo, mas a surpresa foi descobrir que a água do chuveiro não esquentava, que a TV tinha apenas 5 canais e não tinha controle remoto, que o banheiro estava sem cortina no boxe e que o serviço de quarto seria feito dia sim / dia não. O susto foi grande, mas, felizmente, a maioria das coisas o hotel conseguiu arrumar logo de cara e a mamãe reagiu com uma calma surpreendente até mesmo quando eu perguntei ao senhor da manutenção se havia ar condicionado no quarto e ele me respondeu: "let me show you what to do" enquanto abria a janela.

A outra surpresa foi notar que eu envelheci muito mais do que dois anos entre 2010 e 2012.... quando estive na Times Square da primeira vez fiquei encantada pelos enormes telões, pelo burburinho e por ter os restaurantes como Bubba Gump, Hard Rock e Planet Hollywood todos tão próximos um do outro. Agora eu já pensei diferente e vi menos graça na região, que é sempre tão cheia, iluminada e barulhenta. Acho que o fato de ter ido de uma cidade tão pequena e quase interiorana como Berkeley direto para lá acentuou esse choque (espero não sentir isso quando voltar a SP).


Como turistas, uma das primeiras coisas que fizemos foi comprar um NY City Pass, que é um bom negócio para quem quer desbravar as atrações mais famosas da cidade. Por US$89 fomos ao Empire State e ao Top of the Rock, conhecemos o MOMA, Met e Museu de História Natural e visitamos a estátua da liberdade. Entre os musicais elegemos Spider Man (péssimoooo), o clássico Chicago e o maravilhoso Evita, com o mais maravilhoso ainda Ricky Martin. Fomos a um jogo dos Knicks no Madison Square Garden, passeamos pelos bairros Soho, Little Italy, Meatpacking district, Greenwich Village, Chinatown e Chelsea, visitamos a ONU, diversos parques, a universidade de Columbia, caminhamos pelas famosas Broadway e Fifth Av e, óbvio, fomos a um outlet.



O esquema era sempre sair cedo e conhecer uma região por dia, na base da caminhada. Pra dar conta, tomávamos um bom café da manhã perto do hotel. O rapaz que nos atendia tentava organizar a fila de turistas e agilizar os pedidos dos clientes bradando em tom autoritário "next, please, next". Na primeira vez fiquei tão desconsertada com a pressão que pedi o primeiro item de cada categoria, organizada por ordem alfabética: bagel com cream creese, brownie e capuccino. Dividi tudo com a mamãe e, surpresas com a qualidade e com a rapidez, resolvemos voltar sempre à Europan.

No penúltimo dia de viagem, quando eu já estava super adaptada àquele tratamento e ousava querer torradas de pão integral e muffin, derrubei o meu café ainda cheio nos pés de quem estava perto de mim na fila. Fiquei constrangida, peguei a comida e corri sentar na mesa onde minha mãe me aguardava. Acomodei a bandeja e contei a ela que tinha acontecido, mas me surpreendi ao ver que estava de frente para a senhora errada..... Me levantei, vi a senhora certa acenando e sorrindo para mim na outra ponta do restaurante e segui em direção a ela, mas antes ainda fui interceptada por um homem enorme e barbado, com péssimo inglês, (jeitão de russo) reclamando por eu ter sujado a bota de sua filha. Foi meu triste último contato com a Europan..... no dia seguinte senti vergonha de voltar lá e tomei um humilde cafézinho enquanto arrumava as malas no quarto. Fiquei triste vir embora e despedir da mamãe pela quarta vez, mas acho que aproveitamos bastante. Mesmo assim, fiquei com a sensação de que havia mais para se fazer em New York, a cidade que nunca dorme, mas que te esgota. 

Comentários

  1. Ola Tesouro ! foi meu melhor DIA DAS MÃES acredite! Adorei nossos passeios e me diverti demais da conta ! Vc foi uma ótima guia e o seu tenis encharcado de leite eu consegui recuperar!
    prá mim agora , basta esperar pelo NEXT PLEASE NEXT E aproveitar muito nossos próximos passeios juntas. Te adoro ! Te amo ! mas o hotel, da próxima , eu escolho ! hahahahahaha

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Patinando na América

Hawaii sem glamour

Amanda e o desafio de grampear papéis