Cirque du Soleil - Michael Jackson the Immortal Tour

Sou uma fã incondicional de Cirque du Soleil. No Brasil, a gente costuma ouvir que só aí que é caro para poder desfrutar do prazer de assistir a esses espetáculos com artistas que desafiam os limites do corpo, o que eu descobri que não é verdade. Também aqui nos Estados Unidos é preciso desembolsar altos valores para poder testemunhar as produções do grupo canadense, especialmente se você escolher entre as montagens mais badaladas, como "O" ou o mais novo "Michael Jackson - The Immortal World Tour".

E foi justamente por isso que todas as pessoas que eu convidei para irem comigo a este último mudaram de ideia na hora de comprar o ingresso. Já eu, achei que a chance rara de ter a produção aqui em Oakland, ao alcance de uma viagem de Bart, valia os 70 dólares e decidi encarar a aventura sozinha mesmo. E, na falta de alguém para compartilhar as impressões, peguei um papel e uma caneta e resolvi escrever o que achei aqui no blog.

Podem ficar tranquilos que, como não sou crítica de cultura, não vou fazer nenhuma análise vaga do tipo "uma deliciosa montagem contemporânea que instiga o público e faz jus à trajetória do controverso rei do pop". Não.... bora falar a verdade da vida!

Com meus 70 dólares eu consegui comprar um ingresso para sentar bem longe, mas em uma posição central, pois já descobri que o Cirque sempre monta os seus shows para quem está de frente para o palco. Eu só não contava que teria uma pilastra na minha frente. A sorte foi que a Oracle Arena estava lotada, mas havia quatro lugares vagos do meu lado direito e eu consegui pular para lá assim que soaram os primeiros acordes de "I am bad". Fiquei bem na frente de um grupo de brasileiros que pensava estar no Cinemark Santa Cruz, apoiando os pés sobre o encosto da cadeira da frente, e ao lado de uns americanos que batiam palmas e gritavam u-hu de 5 em 5 minutos. Mesmo assim me dei por feliz. Pior seria se eu estivesse ao lado de um dos muitos covers do astro que estavam vagando por lá.

Foi dali que eu vi surgir o portão de Neverland e a primeira coreografia impressionante da noite, para "Have you seen my childhood". Eu imaginei então que o show fosse seguir uma ordem cronológica, mas eles emendaram com "Mama Say" e muita pirotecnia. Em seguida veio a primeira homenagem ao Jackson Five, com "ABC", e até agora não entendi porque fantasiaram o rapaz que fazia o MJ criança de gordinho, mas resolvi interpretar como licença poética. 

A primeira parte teve ainda "Dangerous", "Ghost" e encerrou o momento arrepio com um monte de múmias dançando a famosa coreografia de "Thriller". Eu esperava que este seria o ponto alto da noite, mas descobri estar enganada logo depois do intervalo, quando um casal dançou "Just can't stop loving you" no ar, em uma versão que combinava a letra em inglês e espanhol e fazia o público lembrar porque aquela era uma montagem do Cirque e estava além de um simples musical. Outros dois personagens deixaram isso bem claro: um dançarino vestido inteiro de branco e que parecia ter trocado as suas articulações por elásticos e um rapaz que tinha apenas uma perna, mas que fazia acrobacias embasbacantes em cima de suas muletas.

Como era de se imaginar, os sucessos se sucederam durante as quase duas horas de apresentação e fizeram todos esquecerem do frio e do cansaço. Acho que nenhum clássico ficou de fora: nas mais agitadas, como "Don't stop until you get enough" (mais conhecida como a da abertura do Video Show) e "Beat it", o figurino excêntrico de Michael foi lembrado e luvas e botas dançando iluminadas no meio do palco. Teve também o momento piegas com a combinação "They don't care about us" + "Heal the world", com as frases de efeito projetadas no telão e aquele texto famoso sobre mazelas que ele lê quase chorando no microfone. O encerramento foi ao som de "Black or White" e com o público convidado a se levantar, dançar junto e aplaudir de pé todos os artistas participantes.

Eu fiz o mesmo e com gosto, sem me arrepender de ter gasto 70 dólares e muito menos de ter ido sozinha até lá. Fico impressionada com a capacidade dessa companhia de montar shows tão diversos e todos com muita qualidade. Este passou longe de números de força e tirou o fôlego com a beleza visual das luzes, telões, fogos de artifício e com a sincronia e perfeição na performance de todos os dançarinos. 

Até agosto a trupe estará rodando pelos EUA e pelo Canadá (Pena que a Luiza tá voltando pro Brasil e vai perder essa). A programação exata e um breve vídeo podem ser vistos em http://www.cirquedusoleil.com/en/shows/michael-jackson-tour/tickets.aspx

Eu recomendo!

Comentários

  1. Juliana Marques Baldini18 de janeiro de 2012 às 13:32

    Amandinha,
    estava louca , doida para ver esse show. Lendo a sua postagem pude imaginar como foi, consegui até ver o homem pendurado de roupa branca dançando no ar... Ai amiga fiquei roxa de invejinha, juro que se fosse aqui eu iria concerteza com vc.
    Bjsss Saudades

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