Malditos números
Para mim, economia, finanças e contabilidade são todos uma coisa só: números. Números chatos, que eu não entendo e que resultam de fórmulas que não fazem sentido.
Acho bonito quem sabe trabalhar usando o Excel o dia todo..... dá impressão de ser pessoa séria, né? E os nomes dos cargos então: controller, analista financeiro, especialista em crédito. Gente que trabalha de terno e gravata no calor e que almoça todo dia no restaurante que eu só frequento de sexta-feira.
Mas, quanto mais estudo números, mais tenho certeza de que eu não nasci pra isso. Sou do Word / Power Point, da marmita e da calça jeans. Eu só preciso ter o telefone e o e-mail de uma pessoa que será paga pra preparar todos os balanços e demonstrações contábeis pra mim. E isso vai ser fácil achar, porque nenhum dos meus amigos gosta disso, então todo mundo tem o telefone do contador na agenda do celular. Até lá em casa é assim: ninguém faz sequer a declaração do imposto de renda sozinho.
Se eu achava que o curso de finanças da pós ADM da GV era puxado, era porque eu ainda não tinha me convencido da veracidade de uma das frases mais sábias desse mundo: não reclame, pois as coisas sempre podem piorar. E pioraram: agora as fórmulas vêm em inglês!
Os nomes até são bonitos: hedging, future contracts, swap, spot rate, contract size..... lá no fundo, o conceito deles também deve ser. Particularmente, eu ando procurando essa beleza em sites diversos: wikipedia, bovespa, sebrae, CME Group, mas, quanto mais eu leio, mais eu me confundo. Quando acho que peguei a ideia com a leitura em português, vejo que os termos em inglês são diferentes e podem pregar peças, tipo me fazer misturar forwards e futures.
Agora são 01h30 de quarta-feira e meu midterm de finanças começa em 8 horas. Tenho direito a levar uma folha de consulta com anotações na frente e no verso e acabei de terminá-la. Coloquei anotações em cada espacinho possível: margens ampliadas até o talo e tudo escrito em arial 8.... Acho que vou sair mais cedo de casa pra ver se compro uma lupa no caminho da escola.
Estudei o final de semana todo e estou com a lombar queimando por estar há 11 horas sentada na cadeirinha da minha sala, brigando com os exercícios que tenho pra fazer como modelo de aprendizado.
Tudo bem, confesso que eu levantei daqui pra tomar banho e comer uns "doces calmantes" - E que atire a primeira pedra quem nunca tiver se entupido de chocolate num momento de ansiedade!
Estou cansada de olhar pros mesmos slides e não absorver nada por simples contato visual, mas também me sinto culpada de ir dormir sendo que ainda estou no estágio de quem termina de ler o enunciado do exercício e se pergunta: isso estava no livro?? Por onde eu começo a resolver?
O professor, que deve ter sido charmosão quando estava na casa dos vinte e muitos, agora é um grisalho de olhos claros e que usa camisas maiores do que deveria. Ele é o tipo de cara que sabe tanto que não entende nem as dúvidas de alguém como eu. Ele vai fazer "o favor" de mapear a sala e separar as pessoas. Fora isso, deve preparar uns 2 ou 3 tipos de provas diferentes e me colocar pra sentar com o nariz encostando na lousa. Logo, seremos apenas EU, a folha de consulta e Deus.
Enfim.... resolvi escrever porque eu queria desabafar, mas agora preciso voltar pra minha querida HP. Pra quem é do mundo das palavras, ter um blog é quase como um terapeuta pra quem se pode ligar de madrugada. Pena que nenhum dos dois pode me ajudar com a prova de amanhã.
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